- as cartas que eu não mando


Meu querido,

Devo lhe confessar que estou um tanto cansada de lhe mandar cartas, que nunca nem sequer chegaram perto de suas mãos. Isso me destrói, sendo que queria que tivesse um efeito totalmente contrário a este. As cartas que não mando para você -e que são as que mais gostariam que você chegasse a ler- guardo num baú, trancado a sete chaves que chamo de coração. Vida ingrata está que eu tenho, sempre dei tanto amor, para no final das contas não receber nenhum.

Mas tudo que queria lhe dizer é que já não amo, -se é que um dia cheguei a ama-lo!- foi tudo um grande engano da pressa de se apaixonar na juventude. Com anos aprendi que não se pode ter pressa para certas coisas, ele apenas chega, mas confesso-lhe que ainda não vi meu amor apontar na esquina. E apesar de muitas vezes ainda pensar em como poderíamos ter sido felizes -ou talvez não- você já não tem efeito nenhum sobre mim.


Talvez queira saber como lhe escrevo essa carta, em que cenário e
circustâncias, e eu o descreverei para você com muito gosto: um copo de vinho tinto sobre a mesa, com luzes amenas em uma sala quase vazia de móveis -mas não de solidão- e eu, sentada em uma cadeira que comprei por apenas R$10,00 em um bazar perto de casa-ela já ameaçou se partir ao meio uma dúzia de vezes, mas mesmo que ela venha a se quebrar, acho que o preço foi mais que justo- escrevendo em um papel amarelado, com uma caneta que briga com minhas vistas por teimar em escrever numa cor quase invisível de se ler.

Essa sou eu hoje, nem melhor nem pior do que se tivesse vivido um grande amor com você. Talvez até
acabasse na sarjeta -pois você teria me roubado até o último tostão da calça jeans com bolso furado que me dera de presente quando ainda namorávamos!- mas sei que são só mentiras para confortar alguém que já chegou a beira da loucura por ter perdido um grande amor.

# Postagem Coletiva da Semana

Comentários

Renata disse…
Layout novo, e mais uma postagem coletiva *-*

A carta ficou um pouquinho maior do que eu esperava, mas acho que consegui né?

Digam se gostaram, critiquem, a "casa" é de vocês!
Andrey Brugger disse…
Renata, eu acredito que, às vezes, perdemos um grande amor!
;D

Sabe, eu acho que tive um amor da vida. Mas agora, vislumbro um amor PARA A VIDA, compreende? ;D

beijos.
Camila disse…
Eu gostei, acho que apesar de todo mundo viver fins de grandes amores é necessário ser forte nesse momento e fazer com que a pessoa não saiba a queda que ela fez você ter. Escrever cartas não enviadas, é uma ótima solução e postá-las é melhor ainda *-* amei ree! acho que vou escrever algo do gênero, porque essa semana só estou boa para escrever cartas :)

beijos
Érica Ferro disse…
Gostei do novo layout e da carta.
Acho que a paixão, de fato, é 'esfriável'.

Beijo.
Renata disse…
porque o amor, como toda chama, um dia apaga seja por livre e espontanea vontade ou não.
Melanie Guedes disse…
O amor é algo tão frágil e tão forte que por vezes me assusta. Algumas coisas banais o sufocam e às vezes grandes precipícios o fazem crescer. Comigo também foi assim, sumiu como apareceu e hoje me questiono se isso era amor. Sumiu quando as coisas boas se anularam com as tristezas e angustias, e hoje, sobrou apenas um vazio estranho e que não me agride de forma alguma. É apenas vazio e até reconfortante.
Gostei muito da carta, me identifiquei de verdade com ela. Beijos, Mel
Renata disse…
Ás vezes é só um sentimento falso, que quer muito ser amor, mas é só mentira.
Jana disse…
muito tempo que eu não passo aqui, caramba!
eu gostei muito da carta, não achei grande não, li rapidinho.
E falando de amor... acho que só vale estar com alguém quando esta faz a diferença, acabar 'nem melhor nem pior' é, de certa forma, um pouco triste.
Beijos.
Maíra F. disse…
Gostei do seu blog :) ainda não li todos os posts, mas gostei da forma como você escreve. Comecei a seguir :D
Beijos, parabéns. ^^
Babizinha disse…
Paixão é como cegueira, tateamos no escuro o desconhecido, mas no final encontramos um fio de luz mostrando a sua face original: fria e com olhar de deboche. Agimos como tola pensando que fosse "grande amor".

Essa seria a carta a qual disse que "finge não ser amor"? Pareceu-me que sim...

Beijos
;*
Renata disse…
Sou meio que expert em coisas triste, e isso não é nem um pouco bom, eu sei.

Nunca entendi essa coisa de 'como você escreve' porque para mim, eu escrevo 'normal' HAHA, mas obrigada :$

Nossa adorei essa comparação.
É mais ou menos. Mas a verdade é que a maioria das coisas aqui nesse blog não se resume ao que eu um dia senti, é mas como eu acho que os outros se sentem. Esse blog sempre se tratou mais dos "outros" do que necessariamente de mim.
thais m. disse…
Adorei teu blog.
Muito bom aqui , voltarei mais vezes.

To te seguindo.

Um beijo .
Luciana Brito disse…
Essa carta tem um tom completamente paradoxal e depressivo, pelo menos foi isso que enxerguei.
Muito boa, de fato.

Beijo, moça!
Renata disse…
Está?Acho que só se for invisivel não é?Porque não está aparecendo aqui :/

Não sei se devo ficar feliz com isso, mas obrigada de qualquer maneira -por visitar, ter um blog lindo e etc.

Sintam-se beijados.
Maíra F. disse…
Hahaha mas todo mundo tem um jeito único de escrever. é pq a gente não percebe. :D
Renata disse…
não percebemos talvez porque estamos ocupados escrevendo as tais idéias, ou é uma coisa tão banal que nem merece atenção, certo?

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