- carpe diem, mademoiselle
Vienna - Billy Joel
Abri o pacote. Fervi a água, fiquei com vontade de comê-lo cru. Sempre achei tão gostoso só do jeito que vinha no pacote. Por que as coisas não podem ser mais simples?
Agora espero. Olho para a TV, passando Sociedade dos Poetas Mortos. I went into the woods because I wanted to live deliberately. I wanted to live deep and suck out all the marrow of life ... to put to rout all that was not life; And not, when I came to die, discover that I had not lived. E então me passa pela cabeça que vivo encurralada, presa contra a parede, onde no final do filme a morte não tem graça e nem profundidade.
Na verdade tá aí um medo que levo comigo. Já imaginou na hora da morte, do filminho sem pipoca, as cenas forem as mais rotineiras possíveis?Eu acordando, eu escovando os dentes, eu lavando a louça, eu em frente a televisão, eu lendo um livro, eu não fazendo nada de especial porque minha vida não teve momentos importantes suficientes para uma retrospectiva digna, bem saudosa, de gente que pode dizer: eu vivi! Melhor passar para frente essa parte do filme.
Percebo que o dia tá bonito, com direito a poucas nuvens no céu e uma tranquilidade que apaziguaria até os espíritos mais rebeldes. E aí vem aquela vontade inexplicável de aproveitar cada minuto do dia. De fazer quem inventou o Carpe Diem não se decepcionar comigo. Sair por aí sem achar que todo mundo vai te fazer mal, que o ônibus não vai estar lotado, que não vai chover, que vai dar tudo certo. É Neil, vou começar a viver para na hora da morte não ficar surpresa quando descobrir que isso não aconteceu.
Mas aí estava de volta para o meu miojo, e os meus surtos instantâneos de querer aproveitar a vida haviam adormecido de novo. Semana que vem eu vou... Semana que vem eu vivo. Hoje não, hoje eu só existo.
Comentários
e sim, constantemente tenho esses surtos de MEU DEUS, PRECISO APROVEITAR MAIS A VIDA pra nao morrer no tédio da rotina. mas a verdade é que sou adepta da procastinaçao e da preguiça pra fazer grandes mudanças.
entao espero nao morrer até daqui umas décadas, ver se da tempo de mudar um pouco ou aprender algo que preste né.
adorei mesmo <3
se cuida :*
PS: mesmo assim, o medo existe, mas agora eu passo por ele só assobiando, figindo que não ligo, sabe? Quem sabe ele desiste de mim. =P
Beijos ;*
Depois gostei mais ainda porque Sociedade dos Poetas Mortos é um dos meus filmes favoritos e ontem mesmo, enquanto remexia na minha caixa de lembranças, achei um pedaço de papel com essa exata citação. Coincidência pra quê, né?
Eu vivo sentindo isso. Começo a pensar "Meu Deus, tenho que começar a aproveitar a vida agora! E se eu morrer amanhã?" Mas as coisas sempre vão ficando um pouco de lado e a gente vai vivendo sem perceber. A vida acaba acontecendo bem sem a gente se esforçar tanto.
:*
É cheio de atitude, todo lindo e por outro lado é aconchegante demais. Ficarei por aqui.
ESTOU A SEGUIR :D
Volto sempre.
Também tenho um lugarzinho assim :
www.misturadinamica.blogspot.com
Ficarei contente em te receber por lá
E a arte de procrastinar, também sou mestra nisso. Por enquanto, só existo...
Gostei da sua ideia, vou para uma "rehab", pode deixar! rs
Beijos, Renata!
texto lindo, beijos :*
Olha lá meu novo blog.:
just-a-girl21.blogspot.com
Beijos
Eu odeio isso de Carpe Diem, só serve pra esfregar na minha cara que eu não curto minha vida a cada minuto ou que eu aprecio tudo que eu encontro. Nasce esse sentimento de que hoje "I gonna make somebody love me" e isso morre depois que eu percebo o quão mórbida é minha atitude com os outros. Antigamente eu falava que a tecla "foda-se" não foi anexada ao meu sistema, mas sabe, nem é preciso o foda-se (aí, desculpa o palavreado por aqui, mas fico realmente revoltada com essas coisas), mas sim coragem pra comer o miojo cru e lamber o tempero dos dedos. E o medo de ficar ruim? E se for difícil mastigar? Mas fácil esquentar a água... Vamos esperar aqui, no ponto de ônibus, pelo ônibus com um único passageiro que vai ser o seu futuro marido.
Wilfred disse "Carne Diem" num episódio qualquer do seriado de mesmo nome, mas nem um homem vestido de cachorro me convence dessas coisas.
Tô esperando o sinal, a borboleta colorida que para na ponta do meu dedo. Por enquanto só encontro os cadáveres com asas secas.
Imagina, viver sua vida na forma de um feia largata, se esforçar tanto dentro do casulo pra morrer rapidamente voando?
Acho que esse é o Carpe Diem das borboletas.
Viver é muito mais que apenas existir. Será que sempre iremos deixar pra amanhã? E o hoje?
Ai, e eu que ando existindo há tanto tempo!
Como se não bastasse minha sensbilidade natural perante o mundo, esse clima pré-18 anos que me ataca e toda a minha auto-crítica e infantilidade fazem eu me sentir mais criança do que me sentia aos 6.
Seu post remoeu meu sentimento, o que teria sido duro não fosse a sua forma doce de escrever e o cheiro de bala a que esse blog me remete.
Adoro CARPE DIEM!
Amei seu blog também..
Beijos ;*
Ahh, e desculpe a demora pra responder. Estive sem internet esses dias :/
Beeeijos.
Com o medo a gente vai aprendendo a lidar. Vida, só tem uma. Um beijão!
:)
Vou voltar smp.
Prometo.
E carpe diem. Sempre !
beijos
Boa sorte pra você também. O vestibular é sempre uma época cheia de medos, mas acredite, passa.
E depois os sonhos começam a acontecer.
:*
E as vezes tenho a mesmíssima sensação de que meu filminho sem pipoca não vai ser tão emocionante...
Você escreve super bem e eu adorei seu blog. Mesmo! (andei dando uma xeretada em outros posts hehe)
Um Beijo.
primeiro comentário de muitos rsrs.
parabéns continue assim muito legal teu blog
ps:meu comentário foi um dos menores uahuahaah