- amanhã é 23

Other Side Of The World - KT Tunstall

Com dezesseis anos, você já pode ter carteira de motorista, (engravidar, se for menina), assistir filme com algumas cenas impróprias, dizer que já fez merda, que se arrepende, e que talvez você faça parte da estatística que diz que 80% das pessoas dessa idade já encontraram a pessoa com quem irão se casar um dia.

É nessa época que a gente tenta fechar para balanço, ver o que a gente aproveitou e jogou fora.  Fez a escolha certa?Ou acabou se fudendo enquanto brincava de ficar vesgo e o vento bateu no seu olho?Ás vezes é assim: enxergo tudo duplo, dobrado e distorcido. Melhor do que ser daltônico, não é?Não. Só depois de um tempo com minha vista toda extraviada consegui perceber que a vida é pesada demais para se pesar, colocar na balança, ela quebra, simplesmente não dá.

Mas nesses dezesseis anos eu não me fudi porque sempre fui precavida demais com esse tipo de brincadeira. Engraçado é que até de coisas idiotas a gente consegue tirar lições bonitas. É nessa idade também que a gente começa a acreditar que tudo tem sua beleza?Porque é o que parece... Mas é por esses tempos também que a gente já deve ter aprendido que nem tudo que parece é.

Ao ler meu post de aniversário do ano passado, me bateu uma saudade enorme de mim, que é maior do que a que eu já senti por qualquer outra pessoa. Ando sentindo saudade de como eu era, mais mole, sorrindo mais fácil, achando mais graça nas coisas, com menos doze meses nas costas e milhares de cenas e marcas a mais. 365 dias (ou um ano) é uma volta e tanto ao redor do sol, Terra, e como é...