- on valentine's day

- Você não é idiota – disse ele,enquanto levantava carinhosamente o seu rosto, para tentar encontrar seus olhos – No momento em que eu a vi... Senti algo diferente... Como se eu a conhecesse de outra vida, outra história.
Riram. Um riso descontraído, sem qualquer compromisso com um futuro próximo inexorável. Eles riram das suas próprias vidas, da mediocridade, da simplicidade que cada uma possuía. Das diferenças entre eles, das coisas mais banais as mais complexas. Riam do mundo de tudo que um dia tiveram que guardar para si. Contaram um ao outro tudo sobre eles: suas lembranças e recordações, suas qualidades e seus defeitos, mas fizeram tudo isso sem dizer uma palavra. Quem foi que disse que para se contar os acontecimentos mais profundos e memoráveis é preciso usá-las? Pois digo que muitas vezes é preciso deixá-las de lado para dizer algo verdadeiro.
Depois de caçoarem de si mesmos, pararam. O silêncio se abateu. O sorriso ainda continuava presente nos rostos dos dois adolescentes, sendo a única prova que restou no rosto de ambos. De alguma maneira os dois sabiam o que ia acontecer depois, medo de se prender a mais um amor sem futuro, a mais uma desilusão dolorosa.

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